Este foi um sonho terrível que tive. Sim, eu sonhei isto !
E, por mais incrível que pareça, eu não "vivi" um personagem. Pode parecer estranho, mas eu era uma espécie de "narrador". Eu presenciava tudo, mas não podia fazer nada.
Resolvi escrevê-lo, em forma de conto.
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O Vulto do Hospital
Era um hospital muito grande. Apesar disso, tinha pouco movimento. Quase não tinha pacientes. No último andar, ao final do enorme corredor, havia um quarto sem número. O paciente que lá estava era um senhor muito idoso, que sofria muito e estava em estado terminal. Recebia a visita de apenas um parente, seu filho, mudo.
Aquele senhor tinha visões. Sempre via uma mulher sem rosto e vestida de preto, que aparecia no quarto e depois ia embora. Sempre que ela se aproximava dele, ele começava a gemer e ter convulsões. E o pior de tudo é que ele quase não conseguia falar de tão debilitado que estava.
Seu quarto era pequeno. Havia apenas um sofá e uma estreita janela por onde entrava um rastro de luz solar. Quando o menino não estava presente, o vulto costumava ficar em pé na frente da cama, olhando para o pobre ancião. Ele dormia a maior parte do tempo, pois a doença já não o deixava perceber o que havia ao seu redor.
O banheiro ficava do lado de fora. De noite, somente uma luz vermelha fica acesa no corredor. Quando o garoto precisava fazer as suas necessidades, tinha que sair do quarto. E ele ia tranqüilamente, pois não sabia da presença daquele tormento sem face. Ela costumava a ficar ali por perto, à espera de que o velhinho estivesse só. Certa noite, quando o garoto estava no corredor dirigindo-se ao toalete, ouviu gemidos no quarto; voltou rapidamente para ver o que estava acontecendo, só que não havia nada. E o velhindo estava dormindo. Quando o menino virou as costas, o velho começou a dar risadas, depois voltou ao normal.
Conforme os dias se passavam, a preocupação do garoto com o seu pai aumentava. Ele ainda acreditava em uma recuperação, embora o quadro do paciente fosse muito grave.
A enfermeira veio trazer um pouco de chá para o pobre senhor. Quando ela entrou no quarto, notou que havia um par de sapatos pretos no pé da cama do paciente e uma sombra na parede. Mas só estavam os dois na sala. Ela tentou perguntar ao velhindo quem havia deixado aquilo lá, porém, nesse instante, a porta fechou-se bruscamente. O velhinho começou a gritar e debater-se, chegando a fazer com que a agulha de soro se soltasse de seu braço. A enfermeira chamou o médico. Ele veio, examinou o paciente e disse que seria necessário fazer alguns exames pois aquilo parecia ser algum sintoma de loucura. Marcou os exames para o dia seguinte.
Naquela manhã, quando os médicos entraram no quarto, o velhinho já estava morto. Seu filho, chorava compulsivamente, inconformado. O hospital encarregou-se de todos os procedimentos, como caixão, enterro, florez, etc. Vieram buscar o corpo.
Na janela do último andar, o vulto olhava a sua vítima indo embora.
E, por mais incrível que pareça, eu não "vivi" um personagem. Pode parecer estranho, mas eu era uma espécie de "narrador". Eu presenciava tudo, mas não podia fazer nada.
Resolvi escrevê-lo, em forma de conto.
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O Vulto do Hospital
Era um hospital muito grande. Apesar disso, tinha pouco movimento. Quase não tinha pacientes. No último andar, ao final do enorme corredor, havia um quarto sem número. O paciente que lá estava era um senhor muito idoso, que sofria muito e estava em estado terminal. Recebia a visita de apenas um parente, seu filho, mudo.
Aquele senhor tinha visões. Sempre via uma mulher sem rosto e vestida de preto, que aparecia no quarto e depois ia embora. Sempre que ela se aproximava dele, ele começava a gemer e ter convulsões. E o pior de tudo é que ele quase não conseguia falar de tão debilitado que estava.
Seu quarto era pequeno. Havia apenas um sofá e uma estreita janela por onde entrava um rastro de luz solar. Quando o menino não estava presente, o vulto costumava ficar em pé na frente da cama, olhando para o pobre ancião. Ele dormia a maior parte do tempo, pois a doença já não o deixava perceber o que havia ao seu redor.
O banheiro ficava do lado de fora. De noite, somente uma luz vermelha fica acesa no corredor. Quando o garoto precisava fazer as suas necessidades, tinha que sair do quarto. E ele ia tranqüilamente, pois não sabia da presença daquele tormento sem face. Ela costumava a ficar ali por perto, à espera de que o velhinho estivesse só. Certa noite, quando o garoto estava no corredor dirigindo-se ao toalete, ouviu gemidos no quarto; voltou rapidamente para ver o que estava acontecendo, só que não havia nada. E o velhindo estava dormindo. Quando o menino virou as costas, o velho começou a dar risadas, depois voltou ao normal.
Conforme os dias se passavam, a preocupação do garoto com o seu pai aumentava. Ele ainda acreditava em uma recuperação, embora o quadro do paciente fosse muito grave.
A enfermeira veio trazer um pouco de chá para o pobre senhor. Quando ela entrou no quarto, notou que havia um par de sapatos pretos no pé da cama do paciente e uma sombra na parede. Mas só estavam os dois na sala. Ela tentou perguntar ao velhindo quem havia deixado aquilo lá, porém, nesse instante, a porta fechou-se bruscamente. O velhinho começou a gritar e debater-se, chegando a fazer com que a agulha de soro se soltasse de seu braço. A enfermeira chamou o médico. Ele veio, examinou o paciente e disse que seria necessário fazer alguns exames pois aquilo parecia ser algum sintoma de loucura. Marcou os exames para o dia seguinte.
Naquela manhã, quando os médicos entraram no quarto, o velhinho já estava morto. Seu filho, chorava compulsivamente, inconformado. O hospital encarregou-se de todos os procedimentos, como caixão, enterro, florez, etc. Vieram buscar o corpo.
Na janela do último andar, o vulto olhava a sua vítima indo embora.